Estudantes do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Moura Lacerda usaram a criatividade para ensinar crianças carentes sobre a importância da higiene bucal. Por meio de uma parceria com a Forp/USP (Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo), alunas de diversos períodos da graduação confeccionaram, com vários tipos de materiais reciclados, jogos didáticos que serão usados pelos universitários da instituição pública estadual em ações sociais promovidas em creches, ONGs e comunidades carentes da periferia da cidade. A entrega dos kits foi realizada, no dia 22 de junho, na Unidade I/Sede.
Foram produzidas diferentes “ferramentas”, que trazem informações educativas para a prevenção de doenças bucais. Há trilhas, jogos de tabuleiros de mesa e também de piso (para se jogar em pé e em equipes), Corrida Maluca, Roda a Roda, entre outros. As estudantes criaram um grande livro com contos infantis clássicos da literatura mundial e que podem ser adaptados, no momento do jogo, para pequenas peças teatrais a partir de uma atividade de “contação de histórias”.
Contos e “livro sensorial”
Cintia Muniz Barboza Vacilotto, do 3º período, fez todos os desenhos presentes em um clássico da literatura infantil, “Chapeuzinho Vermelho”, adaptado para o projeto. “Quando a professora Rejane Kobori, responsável pelas oficinas práticas desta ação de extensão curricular, apresentou a atividade percebi que era o que eu queria fazer. Vim para o Curso de Pedagogia bastante interessada em desenvolver projetos e me integrar em programas que me tirassem mais do cotidiano de sala de aula. Colocar a mão na massa nos ajudará a enfrentar o mundo real depois de formados”, disse. Gilda Cristyna Barros de Lima, do 4º período, criou e confeccionou um Roda a Roda que exige que as crianças, à medida que girem o objeto circular de papelão e papel laminado, aprendam noções objetivas de higiene da boca e dos dentes.
As alunas do Moura Lacerda se preocuparam com a inclusão de portadores de deficiência visual nas ações sociais da Forp/USP. Um “livro sensorial” foi elaborado a partir de materiais plásticos rígidos imitando dentes sadios e cariados, tecidos e recortes em EVA (Espuma Vinílica Acetinada) como áreas da face humana. Dessa forma, os leitores poderão “sentir” o formato dos elementos contidos na história educativa. O livro foi produzido pela aluna Letícia Daniel, do 3º período de Pedagogia. A mesma obra ganhou uma versão em Braille – processo de escrita e leitura para cegos baseado em 64 símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada. Pode-se representar, com este sistema, letras, algarismos e pontuação.
Trabalho conjunto
A parceria foi possibilitada pelo encontro das professoras Rejane Kobori, do Moura Lacerda, e Alma Elizaur Catirse, da Forp/USP. Os jogos didáticos produzidos serão utilizados pelo Grupo de Estudos conhecido como “Multiplicadores da Saúde”, idealizado e incentivado por Alma há 19 anos, que reúne alunos da Graduação, do Mestrado e do Doutorado em Odontologia e até docentes da USP. Entre 15 e 20 membros da equipe estão a cada 15 dias, em média, em regiões e bairros carentes de Ribeirão Preto.
Segundo a professora da Forp/USP, o grupo sentiu a necessidade de tornar o atendimento às crianças mais lúdico e viu no Centro Universitário uma ótima oportunidade de colaboração. “Fiquei admirada com os materiais que produziram, mas não esperava menos, pois conheço a dedicação e o trabalho do Moura Lacerda. Queremos, agora, ampliar ainda mais essa parceria e uma possibilidade é atuarmos juntos nas ações sociais. Enquanto orientaríamos os adultos, multiplicando as boas práticas de higiene bucal, os alunos de Pedagogia poderiam trabalhar com as crianças nos jogos que produziram”, afirmou.
O coordenador de Pedagogia, Osvaldo Tadeu Lopes, lembrou dos diferenciais acadêmicos do curso. “Além de uma sólida formação teórica, o Moura Lacerda se interessa muito em oferecer a seus estudantes atividades práticas para que eles possam desenvolver todo o potencial como gestores e agentes da educação”, disse. Orgulhosa pela conclusão do trabalho, a professora Rejane Kobori também comentou sobre a contribuição para o currículo dos graduandos. “A iniciativa integrou um projeto de extensão e atraiu muitos participantes. Ações como essas estimulam o aluno a pesquisar e buscar conhecimentos para além das disciplinas curriculares”, concluiu.
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