Professores e estudantes do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Moura Lacerda, de Ribeirão Preto (SP), têm opiniões convergentes sobre a nova etapa de abertura do Palacete Jorge Lobato, patrimônio histórico local, à visitação pública, ocorrida como parte da programação da 17ª Feira Nacional do Livro da cidade. Rita Fantini, uma das responsáveis pelo projeto de restauro do imóvel, destacou a importância da atividade para o enriquecimento acadêmico dos alunos. “Foi motivador e permitiu a ampliação de conhecimentos específicos a partir da prática externa”, disse. A graduanda Graziela Ramos Silva, do 7º período, estava feliz por participar. “E mais ainda por ter visto tanta gente na fila para entrar”, contou. Passaram pelo espaço cerca de 600 visitantes no dia 10 de junho.
Rita Fantini salientou que a atividade ganhou também relevância porque pode ter aberto os olhos e o interesse de outros estudantes no desenvolvimento de futuros trabalhos de extensão. Ainda segundo Graziela Silva, a visitação foi uma grande oportunidade de contato com os projetos aprendidos em sala de aula, além de ter sido uma experiência de ampliação de horizontes pessoais e culturais para alunos do curso. Ela foi organizadora do Grupo de Monitoria. Para ocupar este posto, ela passou por um processo de seleção. “No palacete havia muita coisa nova e interessante para se ver. Foi ótimo para nós, estudantes, e para a cidade”, completou.
Parceria com os proprietários
O Palacete Jorge Lobato, situado na esquina das ruas Florêncio de Abreu com Álvares Cabral, na Região Central da cidade, está sendo restaurado a partir de uma parceria firmada, em 2015, entre o Curso de Arquitetura e Urbanismo do Moura Lacerda e os atuais proprietários do prédio, os irmãos Hector Lopes e Ingrid Lopes. Domingos Guimarães, também professor do Centro Universitário e outro responsável pela recuperação da edificação, disse que o processo está bem adiantado. “A casa está em ótimas condições. Paredes, portas e janelas estão todas preservadas. Estamos levantando dados históricos com depoimentos de pessoas que conheceram de perto e conviveram com o passado do local”, completou.
A parceria surgiu depois de uma visita de estudantes do Moura Lacerda ao local, durante a semana acadêmica do curso, em 2015. Houve um interesse coletivo e o coordenador do curso, André Avezum, entrou em contato com os atuais donos, que aceitaram a sugestão de restauro. Lopes disse que a família planeja instalar no espaço um centro gastronômico que valorize e resgate a cultura do café em Ribeirão Preto. “Queremos também fazer lá um restaurante de comida brasileira, um empório e um bar”, afirmou.
Se depender dos visitantes que estiveram no palacete durante a Feira do Livro, o empreendimento será bem-sucedido. Márcio Berzotti, vendedor, levou toda a família para o passeio em uma manhã de sábado. Ele disse que pretende até fazer uma festa no futuro restaurante. “Achei fantástico esse projeto. Sempre passei por aqui e o abandono do imóvel era triste de se olhar. Quero estar na inauguração e pretendo vir sempre que puder”, salientou. Ele vê no espaço um resgate de parte da cultura da cidade. “Ribeirão Preto merece uma valorização como esta. É algo que sempre esperávamos”, concluiu.
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