Realizada no início do ano letivo, a Semana de Planejamento Docente mostrou resultados positivos e incentivou a busca por novas metas

Aconteceu, em 29 de janeiro, o “Moura Lacerda Atualiza – Semana de Planejamento Docente”, evento realizado para o Corpo Docente das três unidades do Centro Universitário, em Ribeirão Preto (SP) e Jaboticabal, no Auditório “Ilka de Moura Lacerda”, na Sede dos Campos Elíseos. A atividade contou com a palestra “Ciência, Inovação e Empreendedorismo”, do professor doutor Alexandre de Sene Pinto, e a apresentação dos resultados do Enade 2017 (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), do projeto “Sempre Moura Lacerda” e do “5º Prêmio Oscar de Moura Lacerda para Iniciação Científica”.

Com a presença do novo reitor da instituição de ensino, Oscar Luiz de Moura Lacerda, o pró-reitor acadêmico, professor mestre Anderson Salvador Romanello, anunciou a conquista de 10 novas bolsas de estudo para o PIC (Programa de Iniciação Científica) do Moura Lacerda, além de duas outras pelo programa Santander Universidades, que levará alunos para a Espanha, e mais duas para alunos de elevado desempenho acadêmico.

Romanello ressaltou o desempenho do aluno Gabriel Guilherme, do Curso de Economia, que foi destaque no Conic-Semesp (Congresso Nacional de Iniciação Científica do Sindicato das Empresas Mantenedoras do Estado de São Paulo) do ano passado. O trabalho teve o título “Regra de Taylor e Neutralidade da Moeda sob Regime de Metas Inflacionárias: Uma Análise Econométrica”. A professora Carla Aparecida da Silva Valdevite foi a orientadora.

Ele também mostrou as notas conquistadas no último Enade, de 2017, quando foram avaliados cursos das Áreas Tecnológicas, Licenciaturas e Exatas. O Curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas recebeu nota 4 no CPC (Conceito Preliminar de Curso), o que o colocou entre os melhores do Estado de São Paulo. Engenharia de Produção ficou com a melhor nota no Conceito Enade Contínuo de Ribeirão Preto, e Engenharia Civil, com a melhor nota entre os centros universitários e universidades particulares da cidade e da região.

O Curso de Pedagogia do Moura Lacerda ganhou nota 4, em uma avaliação máxima de 5, e se posicionou entre os melhores, de acordo com a avaliação aplicada pelo MEC (Ministério da Educação). O pró-reitor Acadêmico reconheceu o empenho do Corpo Docente nos resultados positivos de 2018.

O professor especialista Fernando Mello, coordenador de Comunicação Institucional do Centro Universitário, anunciou o incremento do projeto “Sempre Moura Lacerda”: ex-alunos estarão em vídeos, a serem disponibilizados nas plataformas digitais da instituição, falando sobre como estão hoje em dia, qual foi sua trajetória no Moura Lacerda e como este período fez parte de suas histórias.

“Ciência, Inovação e Empreendedorismo”

 

A palestra de Alexandre de Sene, empresário e consultor da área de controle biológico de pragas, professor do Curso de Agronomia do Moura Lacerda, trouxe para a “Semana de Planejamento Docente” uma perspectiva inovadora sobre o impacto que as pesquisas realizadas na instituição de ensino proporcionaram no cenário global do setor. “O Centro Universitário faz parte da história da agricultura e de sua transformação no planeta”, enfatizou.

Analisando os impactos, o professor mostrou que o Moura Lacerda realizou pesquisas para a criação de três produtos biológicos inéditos e o aprimoramento de outros quatro já existentes. Estas ações geraram uma economia para os produtores de quase R$ 1 milhão, em 2017, e a diminuição de inseticidas no cultivo da cana-de-açúcar, com o uso de Trichogramma, um gênero de pequenas vespas. O uso do controle biológico também levou à substituição de inseticidas obsoletos ou prejudiciais ao homem e ao meio ambiente com a utilização de Telenomus, outro gênero de vespas, em plantações de soja.

 

Rapidez dos avanços tecnológicos

 

O desenvolvimento da tecnologia de drones, usados, por exemplo, para o transporte e a “aplicação” da Trichogramma em plantações, gerou uma economia para o produtor de R$ 6 milhões, também em 2017, para uma mesma área, e a melhoria da eficiência e da ampliação do uso do controle biológico. Na liberação de Cotesia, outra variação de gênero das vespas, com estes equipamentos ficou evidente a revolução na tecnologia de aplicação desse produto biológico, o que ocorre em uma velocidade 20 vezes maior que o método antigo.

Alexandre de Sene disse que, de acordo com relatório da Clarivate para a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), referente ao período de 2011 a 2016, 45% da produção científica nacional se encontrava no eixo Ribeirão Preto-São Paulo. Outro tema tratado foi a importância de pesquisas na geração de novas tecnologias e a relação disso com a velocidade com que as pessoas têm acesso a elas. Antigamente, levava-se mais de 50 anos para que 50 milhões de pessoas tivessem acesso, por exemplo, ao avião que asperge inseticida. Hoje, uma nova tecnologia tende a demorar apenas alguns dias, como acontece com novos aplicativos.

Apesar de o Brasil produzir muitas pesquisas, elas não geram novos produtos, não criam novas tecnologias, pois há baixo envolvimento do setor privado quando comparado com países como China e Estados Unidos, salientou o professor. Segundo ele, aí reside parte significativa da importância do vínculo que sempre deve existir entre empresas e universidades.

“Para inovar, empreender, é preciso ter uma boa ideia, coragem, trabalho, motivação e sorte”, disse Alexandre de Sene, que após concluir seu Doutorado em controle biológico, abriu uma empresa, recentemente vendida a uma organização holandesa. O professor também possui uma editora, a Occasio, pela qual publica revistas sobre controle biológico, estratégia encontrada para propagar o conhecimento que está mudando os cenários da agricultura nacional e mundial.

 

 

 

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