A instabilidade resultante de guerras civis e da atuação do grupo terrorista Estado Islâmico tem intensificado os fluxos migratórios pela Europa e gerado discussões de ordem política e humanitária em todo o mundo. O assunto foi um dos temas do II Colóquio Regional de Direitos Humanos, realizado nos dias 6, 7 e 8 de outubro, em Ribeirão Preto, na sede do Centro Universitário Moura Lacerda.


Organizado pelo Núcleo de Direitos Humanos da Instituição, o evento contou com a participação da internacionalista Laís Azeredo, que atua na Caritas Arquidiocesana de São Paulo. No dia 6 de outubro, ela ministrou a palestra “Crise Humanitária na Europa: entre contradição e hipocrisia”, mediada pelo professor Bruno Lotério, do Curso de Relações Internacionais.

Ela problematizou o fato de que muitos países restringem fluxos migratórios considerados desinteressantes e desumanizam os migrantes em situação irregular, contribuindo para a legitimação de medidas que violam os direitos humanos.“Quando um país se nega a receber refugiados contribui para o tráfico de pessoas. É preciso pensar em maneiras responsáveis de gerenciar esta situação, como analisar o PIB (Produto Interno Bruto) e, proporcionalmente, o número de refugiados que cada país pode receber”, explicou.

Cotas raciais


No dia 7 de outubro, foi realizada a mesa redonda “O sistema de cotas raciais: conhecer para debater”. Mediada pela professora Mônica Alário, do Moura Lacerda, a discussão reuniu Ana Almeida, presidente regional e municipal da Unegro (União de Negros pela Igualdade); Cláudio da Silva, professor de Filosofia e Sociologia; e Marcelo dos Santos, representante do Coletivo Negro da USP de Ribeirão Preto.


Os debatedores relembraram o passado dos negros no Brasil, desde os tempos da escravidão, e defenderam que as cotas raciais são uma reparação histórica. Além disso, ressaltaram que, embora representem 52% da população brasileira, eles ainda são minoria nas universidades. “A ação afirmativa ainda é pouco, mas antes não tínhamos nada”, disse Ana Almeida, ressaltando a importância dos negros ocuparem um espaço que também é deles.

Olhar sobre o outro


Denis Santos, fotógrafo e ex-professor de Arquitetura e Urbanismo do Moura Lacerda, ministrou a palestra “A fotografia e os Direitos Humanos: diante da dor dos outros” em 8 de outubro. Ele apresentou obras que considera referências e discutiu o contexto na qual foram registradas algumas fotos icônicas, como a da execução de um prisioneiro vietcong, em 1968, e a da menina vietnamita queimada por napalm, correndo nua após o bombardeio de sua vila,em 1972. “O mais importante é aprendermos a ler o que está por trás da fotografia, de forma que tenhamos condições de conhecer o outro”, refletiu Santos ao final da palestra.

Concurso de fotografia

Ainda no último dia do colóquio foi anunciado o resultado do 1º Concurso de Fotografia do Núcleo de Direitos Humanos da Instituição. As 78 imagens inscritas oriundas de todo o Brasil foram avaliadas por um júri composto pelos professores Fábio Marques e Silas Nogueira e pelo fotógrafo Thor Amêndola.

Ana Caroline de Lima, de Santo André (SP), foi a vencedora e recebeu prêmio de R$ 1.000,00. Ela retratou uma família de índios Guarani em uma aldeia na cidade de São Paulo. O segundo lugar foi para Kátia Carvalho, do Rio de Janeiro (RJ), que mostrou a resistência de moradores de Vila Autódromo contra as remoções das casas para a instalação da Vila Olímpica na cidade, visando 2016. Ela recebeu R$ 600,00.

O terceiro colocado foi João de Almendra Freitas Filho, de Teresina (PI), com a imagem de um andarilho à beira de uma rodovia. Ele foi premiado com R$ 400,00.Também foi oferecida uma Menção Honrosa a Mateus Záccaro, de Ribeirão Preto, pela foto “O lar se foi, agora choro”.

Mobilização e entendimento

Para Flávia Meziara, coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos e organizadora do colóquio, todos os objetivos do evento foram atingidos. “Conseguimos trazer muitos alunos, professores e o público externo. Os palestrantes tinham um conhecimento teórico, prático e vivencial sobre os temas abordados, o que contribuiu para a mobilização e o entendimento das pessoas com relação ao olhar para os Direitos Humanos”, comemorou.

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