O Cine Debate promovido pelo NDH (Núcleo de Direitos Humanos) do Centro Universitário Moura Lacerda reuniu, na noite do dia 17 de março, cerca de 200 pessoas no auditório da instituição de ensino. Após a exibição do filme “As Sufragistas”, que aborda a luta das mulheres do Reino Unido no século XX para participarem ativamente da democracia do país, o evento organizou uma mesa de discussão sobre os conceitos de liberdade feminina e geração de luta pelos diversos direitos que vigoram atualmente.

Flávia Meziara, advogada, professora do Curso de Direito do Moura Lacerda e coordenadora do NDH, mediou o debate, que também contou a participação da pedagoga e docente do Curso de Pedagogia, Giane Fregolente, a socióloga e professora da instituição de ensino Mônica Alário, a representante do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) Tassi Barreto e a integrante do coletivo “Juntas”, Bruna Nakayama. O evento, que reuniu comunidade acadêmica e público externo, também comemorou o Mês Internacional da Mulher.

Pontos de vista

Para dar início ao debate, a professora Giane ressaltou o envolvimento emocional proporcionado pelo longa. “É a arte imitando a realidade. O filme conseguiu sensibilizar as pessoas. Pudemos obter tantas informações históricas e políticas e percebê-las por meio dos processos ocorridos com as personagens”, disse. Tassi enfatizou que os direitos humanos têm de ser uma bandeira de todos, independente do gênero. “Acho muito importante discutirmos cada vez mais a história de luta das mulheres que garantiram os direitos a que temos acesso hoje, além de problematizar os que ainda batalhamos para ter, como, por exemplo, a questão do aborto e da segurança”, afirmou.

Mônica abordou o papel da mulher negra na luta pelos seus direitos. Segundo a socióloga, elas enfrentam muitos preconceitos ligados à estética, identidade visual, vagas no mercado de trabalho, desvalorização profissional, entre outros. “Uma de suas maiores marcas, por exemplo, é o cabelo, que muitas vezes não tem a beleza reconhecida, e elas também são vistas como símbolos sexuais. Percebo, nessa luta social, um momento de empoderamento, que contribui para o reconhecimento, respeito e valorização da mulher negra e que garante a autonomia no que se refere ao controle dos seus corpos, da sua sexualidade e do seu direito de ir e vir”, disse.

Para Bruna, é necessário reconhecer os avanços na luta feminista secular, mas o gênero não pode se contentar com a condição de apenas votar e trabalhar fora do lar. “É necessário que sejamos combativas, afinal, este ainda é um mundo hostil para as mulheres. Observando o âmbito nacional, o Brasil é o país que mata mais de 16 mil mulheres por ano por feminicídio, uma mulher é agredida a cada 5 minutos e recebemos 70% do salário de um homem ocupando o mesmo cargo”, salienta.

A integrante do coletivo “Juntas” também falou sobre a presença e atuação das mulheres no cenário político. “Ocupamos menos de 3% das cadeiras do Congresso Nacional, mesmo representando mais de 50% da população. O resultado dessa falta de representatividade é o distanciamento da consolidação de políticas públicas – específicas e urgentes, como é o caso da legalização do aborto, que tem se tornado cada vez mais um caso de saúde pública –, além do ataque direto aos nossos direitos. Exemplos disso são o PL5069/2013, que visa criminalizar o uso da pílula do dia seguinte, dificultando ainda mais o atendimento à vítima de estupro, ou mesmo as MPs 664 e 665, que tratam da terceirização trabalhista e que atingem diretamente as mulheres negras e periféricas”, conclui Bruna.

Tema envolvente

Letícia Zera Aissa, do 1º período de Pedagogia, soube do evento por meio de seu coordenador, Tadeu Lopes, e não perdeu a oportunidade. “Acho uma abordagem muito interessante e se aplicará muito bem ao nosso dia a dia”, disse. Para André Maria, do 5º período de Publicidade, o Cine Debate foi ainda mais interessante. Segundo ele, a violência contra a mulher será tema principal da Semana Acadêmica do curso, que acontecerá em maio. “A luta das mulheres é um ponto bastante relevante e em pauta em muitas discussões. Para muitos, ainda há dúvidas acerca do assunto. Creio que o evento pode esclarecê-las”, salientou.

Aline Santos, atriz e educadora, disse que a temática sobre lutas sociais a atrai bastante. “Tenho projetos teatrais que discutem a mulher em vários contextos, como estéticos, políticos e artísticos.
Participar desse debate ajudará a desenvolver meus conhecimentos”, afirmou. Para ela, trazer discussões como essa para a sala de aula é uma ótima alternativa para disseminar as informações.
“A forma como a proposta foi executada, com a exibição do filme e, depois, um bate-papo, é muito interessante, pois não é algo maçante, é um processo democrático e que as pessoas conseguem interagir”, concluiu.

 

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