Palestras transmitidas ao vivo, em plataforma digital, reuniram especialistas do mercado e do meio acadêmico para discutir diferentes abordagens da Moda inclusiva
A 22ª Semana de Moda do Centro Universitário Moura Lacerda, de Ribeirão Preto (SP), aconteceu de forma on-line, com as palestras transmitidas ao vivo em uma plataforma digital. O tema, escolhido pelas próprias estudantes, foi “Inclusão”. Foram reunidos importantes especialistas do mercado e do meio acadêmico para debater e aprofundar as questões relativas à Moda inclusiva.
“Apesar do necessário isolamento social, tivemos uma adesão significativa de nossas estudantes e atingimos nosso objetivo, justamente, o de manter este diálogo sempre aberto com profissionais que atuam em diversos segmentos da nossa área”, contou a coordenadora do curso, Juliana Bononi.
As palestras “Moda Inclusiva (Conceitos)” e “Moda Inclusiva na Prática” estiveram a cargo de Mariana de Almeida e Drika Valério, respectivamente, doutoranda e mestranda em Design de Produto na Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Bauru.
“Acessibilidade no PDV (Ponto de Venda)” foi o assunto de Vicente Raymundini, mestre em Arquitetura de Interiores. “Queremos despertar este olhar diferente para a acessibilidade, para que os futuros profissionais se coloquem no lugar das pessoas que têm deficiências. Estamos falando, realmente, de empatia”, afirmou Raymundini.
“Presente e Futuro da Moda” foi o tema apresentado com Natalie Ferreira, mestre em Design pela Universidade Anhembi-Morumbi. “A Moda pós Covid-19 não será a mesma. Percebemos um movimento de busca por conteúdos e influenciadores mais conectados com a realidade. Há a tecnologia, o mundo digital e, ao mesmo tempo, um novo olhar para a produção nacional, para o artesanal no mundo da Moda. Acredito que veremos ainda mais esse movimento de as pessoas preocupadas em cuidar de si mesmas e do planeta”, disse Natalie Ferreira.
Vontade de trabalhar com “Moda Inclusiva”
Ana Tamires Costa da Silva, do 1º período de Moda, disse que o tema tem significado especial para ela, que é deficiente. “As palestras reafirmaram em mim a vontade de trabalhar com Moda Inclusiva. Com a Semana de Moda, tive certeza que quero mesmo investir nessa área. Cada palestra trouxe algo muito informativo e importante”, contou.
De acordo com ela, a “Moda Inclusiva” não está ligada só ao deficiente, mas a todas as pessoas que não se sentem inclusas, que querem ser representadas e ter direito a acesso a produtos. “Uma Moda consciente, que mude paradigmas, que não pense na estética jovem como se fosse a única válida, que não seja apenas um discurso, mas que faça, de fato, a diferença”, salientou Ana Silva.
“Houve assuntos muito interessantes, que complementaram o que vimos em aula. Por exemplo, em Desenho de Moda, aprendemos croquis para deficientes físicos, idosos, plus size e, também, para algumas etnias. Em Visual Merchandising, desenvolvemos uma loja no programa Sketchup e temos que deixar o espaço mais acessível. Foi muito interessante a troca que estabelecemos, visualizando outras áreas de atuação em nossa profissão e criando contatos incríveis para futuras experiências”, lembrou Carolina Ambrósio, do 5º período.